Pesquisadores alertam para necessidade de desencorajar uso excessivo de hormônio de crescimento entre jovens
Presente em todos nós, o hormônio GH (sigla para Growth Hormone), ou hormônio de crescimento, é indispensável não só para o desenvolvimento físico, mas também para a evolução das células em geral. Ele é produzido na glândula hipófise, posicionada na base do nosso crânio.
Quadros de insuficiência na produção do GH podem ter início ainda na infância — responsável pelo nanismo —, na vida adulta ou até mesmo na velhice. Em quaisquer dos casos, há tratamento clínico indicado.
Uso excessivo entre os jovens
Pesquisas indicam, no entanto, que uma parcela cada vez maior de jovens têm abusado de anabolizantes por conta própria. Segundo estudo do comitê norte-americano antidoping, 1% dos atletas de Los Angeles admitiram o uso do hormônio de crescimento e afirmaram que 10% da equipe faz uso abusivo da substância.
Anabolizantes são derivados da testosterona — considerado o principal hormônio masculino, também encontrado nas mulheres ainda que em menor quantidade. Em níveis harmônicos, a testosterona cumpre papel fundamental na produção de proteínas, crescimento muscular e desempenho sexual.
Perigo dos anabolizantes
Crescente sobretudo entre os jovens, graças principalmente ao rápido ganho de massa muscular e potencialização no desempenho físico, os anabolizantes podem trazer danos irreparáveis ao corpo. Veja alguns efeitos colaterais segmentados por sexo:
Homens
• Diminuição ou atrofia do volume testicular
• Redução da contagem de espermatozóides
• Ginecomastia (desenvolvimento de mamas em homens)
• Impotência
• Oligúria (produção de pouca urina)
• Disúria (desconforto, dor ardência ao urinar)
Mulheres
• Hirsutismo (crescimento de pelo em áreas comuns a homens, como rosto, peito e costas)
• Alteração ou ausência do ciclo menstrual
• Engrossamento da voz
• Hipertrofia do clitóris
• Aumento de apetite
• Atrofia do tecido mamário (diminuição dos seios)
Comum aos sexos
• Acne
• Supressão do HDL (popularmente conhecido como “bom colesterol”)
• Queda de cabelo
• Risco de contágio de doenças transmissíveis (AIDS, Hepatite B ou C)
• Alteração da função vascular
• Aumento da pressão arterial
• Lesão hepática incluindo câncer
• Paranoia
• Psicoses
• Comportamento agressivo
Chip da beleza: a nova aposta feminina
Um fenômeno recente tem seduzido as mulheres que buscam o corpo ideal. Trata-se do chip da beleza, como ficou conhecido o implante hormonal que arrebatou celebridades no Brasil.
O tratamento, cujo objetivo inicial visava evitar a gravidez e aliviar desconfortos do ciclo menstrual, hoje é procurado também para aumentar a libido, tonificar a musculatura e, claro, para eliminar a indesejada celulite.
A grande demanda feminina pelo implante do chip para fins estéticos tem preocupado especialistas. Na sua fórmula, o pequeno cilindro de silicone pode carregar hormônios como a testosterona e trazer os já citados efeitos colaterais.
Os riscos do abuso de hormônios sem orientação médica são inúmeros e, a depender da quantidade, irreparáveis.